Cursinho pré-vestibular é mais um desafio para aluno com deficiência
No relatório de hoje, analisaremos a inclusão de estudantes com deficiência no ensino superior, focando no obstáculo do acesso a cursos pré-universitários de preparação.
Essa realidade é exemplificada por Tainá Ariadni Rodrigues Gouvela, uma estudante de 22 anos em cadeira de rodas, atualmente cursando Psicologia. Ela destaca que o espaço acadêmico carece da presença de outros usuários de cadeira de rodas, evidenciando a falta de acessibilidade nas ruas e no transporte até os cursos pré-universitários.
Além disso, há uma carência geral de rampas, elevadores e banheiros adaptados nos prédios educacionais. Outro exemplo é Anderson Alcântara, um indivíduo com deficiência visual de 24 anos que se formou no programa de Literatura na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Durante sua preparação para os exames vestibulares, ele enfrentou dificuldades em encontrar materiais de estudo em braille e formatos de áudio adequados.
Lucas de Souza Trugilio, um jovem autista de 17 anos estudando Medicina em um curso pré-universitário regular, menciona suas maiores dificuldades: o barulho durante as aulas e a concentração em temas não interessantes. Ele lida com esses obstáculos usando fones de ouvido e busca afinidade nas matérias relacionadas à ciência.
É importante ressaltar que os cursos pré-universitários também precisam oferecer suporte especializado, como intérpretes de língua de sinais e professores de apoio. No entanto, o atendimento individualizado já é difícil no ensino básico, o que se intensifica nesses cursos. O capacitismo também desempenha um papel negativo, pois muitos cursos focam em candidatos sem deficiência para promover o sucesso da instituição, deixando de lado os estudantes com deficiência.
A comunicação entre professores e estudantes neurodivergentes também pode ser prejudicada. Estudantes autistas podem ter dificuldades para pedir ajuda ou esclarecer dúvidas. Além disso, a lógica de produtividade e competitividade dos exames vestibulares dificulta a entrada desses estudantes no ensino superior, especialmente considerando os problemas emocionais enfrentados por eles.
No entanto, há iniciativas positivas sendo desenvolvidas para tornar o currículo desses cursos mais acessível. Anderson Alcântara e Gabriela Cavasin desenvolveram um projeto que disponibiliza o conteúdo dos guias de estudo em formato de áudio através de um podcast no Spotify. Essa iniciativa beneficiou não apenas estudantes com deficiências, mas também aqueles sem nenhuma deficiência.
Outro exemplo é o Sinaliza Enem, um curso preparatório online criado pela professora Bruna Enne para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em L. Essas ações mostram que profissionais da educação estão se unindo para proporcionar uma experiência mais inclusiva aos estudantes com diferentes deficiências.
É essencial continuar incentivando e apoiando tais esforços para garantir que todos os estudantes tenham igualdade de oportunidades na busca pelo ensino superior.
Estudantes com deficiência no ensino superior |
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Tainá Ariadni Rodrigues Gouvela, estudante de 22 anos em cadeira de rodas, destaca falta de acessibilidade nos cursos pré-universitários. |
Anderson Alcântara, indivíduo com deficiência visual de 24 anos, enfrentou dificuldades na preparação para os exames vestibulares. |
Lucas de Souza Trugilio, jovem autista de 17 anos, lida com barulho durante as aulas e busca afinidade nas matérias relacionadas à ciência. |
Cursos pré-universitários precisam oferecer suporte especializado, como intérpretes de língua de sinais e professores de apoio. |
Comunicação entre professores e estudantes neurodivergentes pode ser prejudicada. |
Iniciativas positivas estão sendo desenvolvidas para tornar o currículo desses cursos mais acessível. |
Sinaliza Enem é um curso preparatório online criado para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em L. |
É essencial continuar incentivando e apoiando tais esforços para garantir igualdade de oportunidades. |
Com informações do site Instituto Claro.