Assassinato cruel e comovente revela a importância da empatia no jornalismo

No mundo do jornalismo, empatia e consideração são essenciais

No mundo do jornalismo, a empatia e a consideração têm um lugar importante ao lado da câmera e do microfone. Em momentos trágicos, como a cobertura de casos violentos, é crucial lembrar que estamos lidando com pessoas que estão sofrendo perdas devastadoras. Esta foi a mensagem que recebi de minha editora-chefe, Cris, quando soube que estávamos cobrindo uma notícia extremamente triste.

A história em questão era sobre José, um operário metalúrgico de 56 anos que foi assassinado em seu próprio portão durante um assalto covarde em Diadema, região metropolitana de São Paulo. José pretendia levar seu carro para uma garagem próxima antes de passear com seu cachorro. Infelizmente, sua vida teve um fim trágico quando ele tentou proteger seu amado animal de estimação e acabou sendo baleado pelo ladrão.

A polícia está empenhada em capturar o criminoso

Enquanto escrevo este relatório detalhado, estou em contato com a detetive Amélia Bretas, responsável pelo caso. A polícia já identificou o criminoso e está se dedicando a capturá-lo o mais rápido possível. A resposta das autoridades tem sido eficiente e esperamos que ele seja preso em questão de horas.

Uma abordagem sensível diante da tragédia

No entanto, antes mesmo de termos qualquer informação sobre a investigação policial, era nosso dever contar essa história. Eu pessoalmente fui até o bairro onde ocorreu o homicídio e me deparei com os familiares da vítima reunidos em frente à casa. Antecipei-me pensando que seríamos expulsos dali por invadir um momento tão delicado. Para minha surpresa, fui recebido por uma família respeitosa e acolhedora.

Abordei os sobrinhos de José com o microfone abaixado, me apresentei e ofereci minhas condolências pela perda recente. Sempre procuro ser honesto nessas situações, deixando claro que não é minha intenção incomodar ou invadir a privacidade daqueles que perderam seus entes queridos. Entendo qualquer reação negativa em relação à presença da imprensa nesses momentos difíceis. Minha abordagem não visa “ganhar” entrevistas, mas sim demonstrar empatia e respeito.

Nem sempre insisto em obter entrevistas nessas circunstâncias delicadas, mas devo admitir que minha abordagem facilita o trabalho. Acredito profundamente que a empatia e o respeito são valores essenciais a serem aplicados em qualquer contexto, inclusive no jornalismo.

Consegui gravar relatos da família de José porque tivemos uma compreensão mútua. Expliquei que nossa presença ali não era para explorar a tragédia, mas sim para trazer à tona questões como violência e impunidade, as quais assolam nosso país. Ambas as partes entenderam a perspectiva uma da outra e isso nos permitiu cumprir nossa missão de contar essa história tão triste.

A importância da sensibilidade no jornalismo

O processo de construção dessa reportagem foi cheio de desafios que muitas vezes ficam ocultos aos olhos do público final. Contar histórias como essa exige habilidades adicionais além das técnicas tradicionais do jornalismo. É preciso sensibilidade para lidar com a dor alheia e transmitir informações de forma respeitosa.

À medida que o público assiste ao resultado final na televisão, talvez não consiga imaginar todos esses desafios. Mas é importante reconhecer que histórias como essa são construídas com base em valores como empatia, consideração e compreensão da gravidade da situação. Esse é o papel do jornalismo responsável e ético no cenário atual.

Com informações do site R7 Conversa de Repórter.