A batalha irrompe no mercado imobiliário dos EUA quando o declínio da acessibilidade colide com o ‘efeito de bloqueio’
No recente confronto entre duas forças opostas, o mercado imobiliário dos Estados Unidos se encontra envolvido em uma competição acirrada. Por um lado, a diminuição da facilidade de acesso às moradias, resultado do aumento abrupto nas taxas hipotecárias, que foi de 3% para mais de 6% em 2022, após um aumento de mais de 40% nos preços das propriedades residenciais durante o boom provocado pela pandemia, está exercendo pressão negativa sobre os valores das propriedades. Por outro lado, há escassez no estoque disponível para venda, exacerbada pelo chamado “efeito bloqueio”, no qual muitos proprietários estão receosos de comprar e vender novamente por medo das taxas hipotecárias que variam entre 6% e 7%, em contraste com as taxas hipotecárias anteriores de 2% ou 3%. Essa situação causa pressão positiva nos preços dos imóveis. De acordo com os economistas especializados no mercado imobiliário, ambas as forças devem ser levadas em consideração.
O aumento repentino nas taxas hipotecárias em 2022 pegou muitos compradores desprevenidos, reduzindo seu poder aquisitivo e tornando a compra da casa própria mais custosa. Com as taxas hipotecárias dobrando em um curto período de tempo, a possibilidade de acessar uma moradia atingiu níveis sem precedentes desde o pico da bolha imobiliária em 2006, conforme informações do Banco da Reserva Federal de Atlanta. Essa crise na acessibilidade resultou numa correção nos preços das propriedades no outono passado, afetando principalmente os mercados aquecidos do sudoeste e da costa oeste dos EUA. Essa crise ainda mantém muitos compradores em espera, diminuindo a demanda e causando uma desaceleração nas vendas de imóveis.
O “efeito bloqueio” e a escassez no estoque disponível
Ao mesmo tempo, o mercado imobiliário enfrenta pressão devido à escassez no estoque disponível. O “efeito bloqueio”, termo utilizado para descrever a relutância dos proprietários em vender suas propriedades por causa do medo das altas taxas hipotecárias, está causando uma falta de oferta no mercado. Proprietários que se beneficiam de juros historicamente baixos não querem abrir mão dessas condições favoráveis, resultando em restrição na oferta de imóveis. Segundo o site Realtor.com, o número de residências disponíveis para venda em junho de 2023 foi 26,2% menor em comparação com junho de 2022 e 28,9% menor em relação a junho de 2019. Essa escassez tem estimulado a competição entre compradores e tem aumentado os preços das moradias durante a primeira metade deste ano, que é o período mais ativo da temporada na maioria dos mercados.
Para entendermos melhor o “efeito bloqueio”, vale destacar que 91% dos mutuários hipotecários possuem taxas de juros abaixo de 5%, sendo que 70,7% têm taxas inferiores a 4%. Para os proprietários, não faz sentido comprar e vender agora com uma taxa hipotecária entre 6% e 7%.
Essa situação também afeta os profissionais do setor imobiliário, que dependem do volume de transações para sustentar seus negócios. Com a acessibilidade às moradias se deteriorando rapidamente e a falta de oferta disponível, agentes e corretores imobiliários enfrentam oportunidades limitadas para realizar vendas e obter comissões. A queda no volume de transações tem impactado sua estabilidade financeira e colocado em risco a viabilidade de algumas empresas.
Agora, quem sairá vitorioso dessa disputa? A tensão na acessibilidade resultará numa diminuição nos preços nacionais das moradias ou a escassez de oferta impulsionará os preços para cima? Segundo empresas como Zillow e CoreLogic, os preços das moradias já atingiram seu ponto mais baixo e espera-se que continuem aumentando nos próximos 12 meses. Essas empresas afirmam que a atual falta de oferta deixa os compradores sem outra opção senão elevarem os preços.
No entanto, Mark Zandi…
Fato importante | Detalhes |
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Mercado imobiliário dos EUA em competição acirrada | Diminuição da facilidade de acesso às moradias e escassez no estoque disponível |
Aumento abrupto nas taxas hipotecárias | De 3% para mais de 6% em 2022, afetando o poder aquisitivo dos compradores |
Preços das propriedades residenciais aumentaram mais de 40% | Boom provocado pela pandemia contribuiu para valorização dos imóveis |
“Efeito bloqueio” causa escassez no estoque disponível | Proprietários relutantes em vender por medo das altas taxas hipotecárias |
Desaceleração nas vendas de imóveis | Crise na acessibilidade e falta de oferta impactam a demanda |
Profissionais do setor imobiliário afetados | Oportunidades limitadas para realizar vendas e obter comissões |
Preços das moradias devem continuar aumentando | Escassez de oferta impulsiona os preços para cima |
Com informações do site bps.pt.