Cientistas descobrem proteína que pode ajudar a prevenir o Alzheimer
Um novo estudo realizado por cientistas da Penn Medicine nos Estados Unidos revelou uma descoberta promissora para o tratamento do Alzheimer. A pesquisa se baseou em modelos animais de doenças neurodegenerativas e identificou um gene relacionado à proteína tau, que é produzida de maneira insuficiente em pacientes com Alzheimer, levando à morte dos neurônios. Os resultados foram publicados na revista Science.
Uma das causas do Alzheimer é a presença de fibras enredadas de tau deficiente no cérebro, as quais destroem as células cerebrais e causam sintomas como perda de memória. Esse problema também está presente em outros tipos de demência e distúrbios do movimento, conhecidos como tauopatias. No entanto, ainda há muita falta de compreensão sobre como e por que as proteínas tau se agregam e formam aglomerados fibrilares nessas doenças, o que tem dificultado o desenvolvimento de terapias eficazes.
Os cientistas descobriram que a maioria dos organismos possui sistemas de controle da qualidade das proteínas, que eliminam as proteínas defeituosas e evitam a formação inadequada e o acúmulo das fibras tau no cérebro. No entanto, até então não se sabia como isso funcionava nos seres humanos, nem por que falhava em alguns indivíduos. Neste estudo, os pesquisadores identificaram pela primeira vez o gene responsável pela função da tau e têm como alvo promissor para desenvolver tratamentos que previnam e retardem a progressão do Alzheimer e de outras doenças relacionadas.
Utilizando tecidos cerebrais post-mortem, os cientistas validaram suas descobertas ao analisar pacientes com Alzheimer e indivíduos saudáveis. Eles verificaram que os níveis do gene TRIM11 estavam significativamente reduzidos nos cérebros das pessoas com Alzheimer. Sabendo disso, a equipe avaliou a utilidade potencial do gene como agente terapêutico e utilizou vetores virais adeno-associados (AAV) para administrar a proteína no cérebro de camundongos com patologias tau.
Os resultados foram incrivelmente positivos. Os animais apresentaram uma diminuição drástica no desenvolvimento e acúmulo dos emaranhados de tau, além de uma melhora notável nas habilidades cognitivas e motoras. Esses achados não apenas indicam o papel crucial do gene TRIM11 na proteção contra o Alzheimer e doenças similares, mas também abrem caminho para o desenvolvimento de futuras terapias genéticas que repõem os níveis adequados dessa proteína em indivíduos com deficiência.
De acordo com Xiaolu Yang, autor principal do estudo e professor de biologia do câncer na Penn, espera-se colaborar com outros especialistas para explorar a possibilidade de desenvolver terapias genéticas capazes de interromper a progressão das doenças neurodegenerativas. Essas descobertas representam um avanço significativo na busca por soluções efetivas para o tratamento do Alzheimer e podem trazer esperança para milhões de pessoas em todo o mundo.
Notícia | Resumo |
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Título | Relatório sobre Fibras desordenadas formadas nos cérebros de pessoas com Alzheimer: caminho de intervenção |
Descoberta | Um estudo revelou um gene relacionado à proteína tau, que é produzida de maneira insuficiente em pacientes com Alzheimer, levando à morte dos neurônios. |
Causa do Alzheimer | Fibras enredadas de tau deficiente no cérebro destroem as células cerebrais e causam sintomas como perda de memória. |
Gene responsável | O gene TRIM11 foi identificado como responsável pela função da tau e pode ser um alvo promissor para desenvolver tratamentos que previnam e retardem a progressão do Alzheimer e de outras doenças relacionadas. |
Resultados | A administração do gene TRIM11 em camundongos com patologias tau resultou em uma diminuição drástica no desenvolvimento e acúmulo dos emaranhados de tau, além de uma melhora notável nas habilidades cognitivas e motoras. |
Implicações | As descobertas abrem caminho para o desenvolvimento de futuras terapias genéticas que repõem os níveis adequados da proteína tau em indivíduos com deficiência, oferecendo esperança para o tratamento do Alzheimer e doenças similares. |
Com informações do site Correio Braziliense.