Enem completa 25 anos enfrentando desafios e buscando inclusão educacional
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) completa 25 anos enfrentando o desafio de se adaptar ao novo ensino médio e ampliar a inclusão educacional. A edição de 2023 do exame começou no último domingo, 5 de novembro, e continua no próximo domingo, 12 de novembro.
Ao longo dos anos, o Enem passou por diversas mudanças, evoluindo de uma avaliação para um exame nacional de entrada no ensino superior. No entanto, nos últimos anos, seu papel inclusivo tem visto reduções significativas.
Com a reforma curricular implementada em 2018 e a atual reforma do ensino médio, os responsáveis pelo exame consideram este um momento propício para discutir maneiras de aprimorá-lo e torná-lo mais benéfico para os estudantes.
Embora as mudanças nas matrizes de conhecimento e nos sistemas de avaliação estejam previstas apenas para entrar em vigor em 2025, já foi decidido que haverá apenas uma versão do exame alinhada às mudanças gerais da educação. A ideia de ter diferentes versões do Enem adaptadas à reforma do ensino médio foi descartada.
Criado em 1998 durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o Enem tinha inicialmente o objetivo de medir a qualidade da educação secundária. Com o tempo, as pontuações do exame passaram a ser utilizadas por instituições de ensino públicas e privadas como critério de ingresso ou para ganhar pontos extras em seus próprios processos seletivos.
A partir de 2004, quando o Enem se tornou um critério de acesso ao Programa Universidade para Todos (ProUni), o número de participantes aumentou significativamente, ultrapassando 3 milhões de inscritos em apenas um ano.
No entanto, foi somente em 2009, durante a presidência de Lula, que o Enem se tornou a principal porta de entrada para o ensino superior público. Nesse mesmo ano, o exame adotou um novo sistema de elaboração e correção baseado na Teoria da Resposta ao Item (TRI), permitindo maior controle sobre a dificuldade das questões e comparação dos resultados.
O formato do exame também foi modificado, dividindo-se em quatro áreas do conhecimento: ciências humanas, ciências da natureza, matemática e linguagens. Além disso, os participantes tiveram que escrever uma redação. Ao todo, foram 90 questões respondidas por dia.
No entanto, ao longo dos anos, desafios logísticos prejudicaram a credibilidade do exame. Incidentes como roubo dos exames da gráfica, erros de impressão, gabaritos incorretos e divulgação equivocada das notas foram recorrentes.
Neste ano específico, cerca de 50 mil participantes foram alocados em locais de prova a mais de 30 quilômetros de distância de suas residências. O Ministério da Educação abriu a possibilidade para que esses estudantes realizem o exame em outra data, ainda em dezembro.
É importante lembrar que as discussões sobre o Enem não se limitam apenas aos seus problemas estruturais. Afinal, o exame desempenha um papel fundamental no acesso à educação e na promoção da inclusão, e todas as mudanças planejadas devem ser cuidadosamente consideradas para garantir seu sucesso contínuo.
Notícia | Resumo |
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Enem 2023 | O Enem completa 25 anos e passa por mudanças. O exame é considerado fundamental para a inclusão educacional, mas tem enfrentado reduções em seu papel inclusivo. Reformas curriculares e do ensino médio estão sendo discutidas para aprimorar o exame. A ideia de ter diferentes versões do Enem adaptadas à reforma foi descartada. O Enem foi criado em 1998 para medir a qualidade da educação secundária e se tornou a principal porta de entrada para o ensino superior público em 2009. Desafios logísticos têm prejudicado a credibilidade do exame ao longo dos anos. |
Com informações do site UOL.