Governo de SP recusa 10 milhões de livros do MEC para usar material 100% digital
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, adotou uma medida controversa ao excluir os estudantes do sistema público de educação do acesso gratuito aos livros didáticos impressos oferecidos pelo governo federal. A decisão vem acompanhada da determinação de que os alunos do ensino fundamental e médio deverão utilizar materiais educacionais totalmente digitais a partir de 2024. Essa é a primeira vez que o estado de São Paulo fica fora do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).
A exclusão dos livros físicos tem gerado críticas e questionamentos por parte de parlamentares e especialistas em educação. O deputado Jilmar Tatto, por exemplo, considera a medida um retrocesso, afirmando que além dos problemas de acessibilidade, já que nem todos possuem acesso à tecnologia, também há questões pedagógicas envolvidas. Ele destaca que países referências em política educacional estão retornando ao uso dos livros impressos.
A senadora Teresa Leitão ressalta que a exclusão dos livros físicos representa uma posição ideológica por parte do governo estadual e reduz os direitos dos estudantes. Segundo ela, a educação deve aproveitar os recursos digitais como uma ampliação das possibilidades educacionais, mas não excluir completamente os livros físicos.
Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), também critica as ideias negacionistas e bolsonaristas por trás dessa medida. Ele menciona uma pesquisa realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo em 2022, que apontou problemas socioemocionais, falta de acessibilidade a tablets e falta de pessoal docente nas escolas da cidade de São Paulo. Essa realidade evidencia a desigualdade existente no país, que se reflete até na capital mais rica.
A medida tomada pelo governador é considerada extrema pela Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros). Segundo o presidente da associação, Ângelo Xavier, a decisão prejudicará cerca de 1,4 milhão de estudantes e deixará de receber 10 milhões de exemplares de livros didáticos, representando um prejuízo de R$120 milhões.
Em resumo, a exclusão dos livros físicos no sistema público de educação do estado de São Paulo tem gerado controvérsias e críticas. Enquanto o governo defende a utilização exclusiva dos materiais digitais, parlamentares e especialistas apontam problemas quanto à acessibilidade e questões pedagógicas envolvidas. Além disso, a desigualdade na infraestrutura das escolas também é um fator preocupante. A medida tomada é considerada extrema e prejudicará milhões de estudantes.
Resumo da Notícia |
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, exclui estudantes do sistema público de educação do acesso gratuito aos livros didáticos impressos oferecidos pelo governo federal. |
Alunos do ensino fundamental e médio deverão utilizar materiais educacionais totalmente digitais a partir de 2024. |
Exclusão dos livros físicos gera críticas e questionamentos por parte de parlamentares e especialistas em educação. |
Deputado Jilmar Tatto considera a medida um retrocesso e destaca problemas de acessibilidade e questões pedagógicas. |
Senadora Teresa Leitão ressalta que a exclusão dos livros físicos representa uma posição ideológica e reduz os direitos dos estudantes. |
Presidente da CNTE critica as ideias negacionistas e bolsonaristas por trás da medida e menciona problemas socioemocionais e falta de recursos nas escolas. |
Medida é considerada extrema pela Abrelivros e prejudicará cerca de 1,4 milhão de estudantes. |
Com informações do site SINPRO DF.