Relatório revela falta de representação feminina no mercado tecnológico brasileiro até 2025
Um relatório detalhado sobre a falta de representação feminina no mercado tecnológico no Brasil até 2025 revelou que o país terá um crescimento significativo na criação de empregos na área de tecnologia da informação. No entanto, existe um problema estrutural que impede a ocupação dessas vagas, pois não há profissionais suficientes no setor. De acordo com a Brasscom, apenas 23,6% das pessoas que trabalham nessa área são mulheres, em contraste com os 76,4% de homens.
Esse desequilíbrio de gênero começa desde cedo nas escolas e foi apontado pela pesquisa realizada pela Força Meninas. O estudo revelou que 62% das meninas não conheciam nenhuma mulher trabalhando nas áreas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), o que demonstra uma falta de visibilidade sobre a magnitude do problema entre elas.
A ausência de modelos femininos bem-sucedidos nessas áreas é apontada como um dos principais obstáculos para o envolvimento das meninas nas ciências exatas. Jhenyffer Coutinho, fundadora da startup Se Candidate Mulher!, destacou que essa falta de representatividade leva muitas mulheres a ter dificuldades em imaginar seu futuro profissional nessas áreas.
A pesquisa realizada pela Força Meninas também identificou outros obstáculos enfrentados pelas estudantes, como estereótipos de gênero e violência, aprendizado insuficiente em matemática e falta de estímulo e referências femininas. Esses fatores levam muitas meninas a abandonar as áreas de STEM ao longo do tempo, apesar de se destacarem nessas disciplinas. Aquelas que decidem permanecer nesses campos muitas vezes se sentem isoladas.
O relatório destaca ainda os estigmas de gênero presentes na sociedade, que moldam os interesses e habilidades das meninas, reforçando a ideia de que as mulheres pertencem ao lar e os homens ao mundo. Esses estigmas limitam as possibilidades futuras das meninas e influenciam suas decisões e comportamentos desde a infância.
Além dos estigmas, a violência de gênero também impacta o percurso das meninas, resultando em altas taxas de abandono escolar. Dados do PNAD/IBGE 2020 mostraram que 23,8% das meninas deixam a escola devido à gravidez e 11% abandonam para cuidar de tarefas domésticas e pessoas.
A gravidez precoce, o trabalho doméstico não remunerado, a pobreza menstrual e o casamento infantil são alguns dos obstáculos cruéis que interrompem a educação das meninas. Essas barreiras precisam ser enfrentadas para garantir a igualdade de oportunidades no mercado tecnológico brasileiro.
Em conclusão, é necessário um esforço conjunto da sociedade para combater essas desigualdades e promover uma maior representatividade feminina nas áreas de tecnologia da informação. Isso inclui mudanças estruturais nas escolas, desconstrução dos estereótipos de gênero e garantia de acesso igualitário à educação para todas as meninas brasileiras. Somente assim poderemos aproveitar todo o potencial das mulheres no campo da tecnologia e impulsionar o crescimento econômico do país.
Fato | Informação |
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Desigualdade de gênero no mercado tecnológico | Apenas 23,6% das pessoas que trabalham na área de tecnologia da informação são mulheres, em contraste com os 76,4% de homens. |
Falta de representatividade feminina | 62% das meninas não conhecem nenhuma mulher trabalhando nas áreas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). |
Obstáculos enfrentados pelas estudantes | Estereótipos de gênero, violência, aprendizado insuficiente em matemática e falta de estímulo e referências femininas. |
Impacto dos estigmas de gênero | Estigmas limitam as possibilidades futuras das meninas e influenciam suas decisões e comportamentos desde a infância. |
Violência de gênero e abandono escolar | 23,8% das meninas deixam a escola devido à gravidez e 11% abandonam para cuidar de tarefas domésticas e pessoas. |
Barreiras que interrompem a educação das meninas | Gravidez precoce, trabalho doméstico não remunerado, pobreza menstrual e casamento infantil. |
Necessidade de mudanças estruturais | Mudanças nas escolas, desconstrução dos estereótipos de gênero e garantia de acesso igualitário à educação para todas as meninas brasileiras. |
Com informações do site Meio e Mensagem.