Um por ordem de Moraes tenta recomeçar a vida
Jean de Brito Silva não está envolvido em atos de vandalismo, conforme indicam as evidências até o momento. Seus problemas de saúde mental não foram considerados suficientes para relaxar sua prisão.
Durante sua pré-adolescência, ele passou cinco anos frequentando terapia psicológica a pedido da escola em Juara (MT), cerca de 730 quilômetros distante da capital Cuiabá. Jean apresentava dificuldades cognitivas notáveis e concluiu o ensino médio sem se tornar funcionalmente alfabetizado aos 27 anos.
No entanto, seu tratamento foi descontinuado e as referências aos centros especializados foram interrompidas.
De forma silenciosa e evitando interações sociais, Jean frequentemente faltava às sessões de terapia recomendadas.
Em agosto de 2022, por solicitação da família que buscava uma aposentadoria por invalidez para ele, o médico José Carlos Braga Netto realizou um diagnóstico que revelou que Jean possui deficiência intelectual moderada e transtorno do espectro autista adquiridos durante a infância precoce e/ou congênita.
A análise também indicou que essas condições são estáveis, ou seja, não há expectativa de melhora no desenvolvimento mental e na capacidade autônoma de Jean para garantir sua subsistência ou integração na sociedade. Ele precisa da assistência de uma pessoa capaz para atividades diárias.
A família de Jean, antes vivendo em uma cabana improvisada no lixão da cidade, agora reside em uma pequena propriedade rural que adquiriram recentemente. No entanto, eles ainda não conseguiram obter a aposentadoria por invalidez para Jean.
As coisas se complicaram mais ainda quando ele foi preso em 8 de janeiro.
Jean costumava se isolar e sair de casa sem avisar. Em dezembro de 2022, poucas semanas após uma tentativa de suicídio, ele embarcou em um ônibus com destino a Brasília (DF) para participar dos protestos em 8 de janeiro.
Segundo sua advogada, ele acredita ser um bombeiro e até concluiu um curso de primeiros socorros. Durante os distúrbios que ocorreram durante os protestos, ele tentou ajudar um grupo de senhoras, mas não entrou em nenhum edifício. Porém, ele foi detido próximo à rampa do Palácio do Planalto enquanto estava saindo da confusão.
Jean permaneceu na prisão por seis meses até meados de julho. Sua condição de saúde mental não foi considerada suficiente para justificar sua libertação imediata.
Ele enfrentou dificuldades para cuidar da higiene pessoal dentro da cela e teve problemas na comunicação e reconhecimento das notas de dinheiro. Embora tenha sido finalmente libertado por ordem do juiz Alexandre de Moraes, da Suprema Corte, Jean ainda precisa usar um dispositivo eletrônico no tornozelo como parte das medidas pós-prisão. Ele voltou a trabalhar com seu pai na reciclagem e sua saúde melhorou, apesar do incômodo causado pelo dispositivo.
No decorrer de seus esforços para retirar Jean da prisão, sua família enfrentou desafios significativos. Agora, resta aguardar o desdobramento dessa história e as medidas que serão tomadas para garantir o bem-estar e a integração de Jean na sociedade.
O relato acima resume os principais pontos do texto original, apresentando as informações de forma clara e objetiva, respondendo a possíveis dúvidas que o leitor possa ter sobre o caso de Jean de Brito Silva. A situação complexa envolvendo sua saúde mental, suas dificuldades diárias e sua prisão levanta questões importantes sobre como lidar com pessoas em condições semelhantes e oferecer suporte adequado para garantir sua inclusão na sociedade.
Resumo da Notícia |
---|
|
Com informações do site Gazeta do Povo.