Motoristas barram cão-guia e negam corrida para deficiente visual; veja vídeos
Um caso preocupante de discriminação ocorreu recentemente na região metropolitana de Vitória. Sâmela Christo, uma analista que é cega e depende do seu cão-guia chamado Alam, foi impedida de utilizar veículos por meio de um aplicativo de transporte. Os momentos constrangedores foram registrados em vídeos e aconteceram na quinta-feira (10), mas infelizmente não são eventos isolados.
No incidente mais recente, Sâmela decidiu gravar o momento em que aguardava o veículo solicitado pelo aplicativo. No entanto, assim que o motorista percebeu a presença do cão-guia, ele cancelou a viagem. Já na terça-feira (08), outro motorista parou o carro, mas se recusou a permitir a entrada de qualquer passageiro, alegando falta de espaço para o animal.
Após essas situações humilhantes, Sâmela registrou uma denúncia policial na 5ª Delegacia do Distrito Jardim Camburi em Vitória. Ela relatou os incidentes à delegacia e agora aguarda o andamento da investigação.
Sâmela é deficiente visual há cerca de 15 anos e tem em Alam um fiel companheiro há cinco anos. O cão-guia treinado se tornou seus olhos e é uma fonte vital de auxílio em sua vida cotidiana.
A presença de cães-guia para pessoas com deficiência visual é assegurada pela Lei nº 11.126, implementada em 2005. No entanto, parece que alguns motoristas de aplicativos ainda não compreendem o papel fundamental desses animais e negam o serviço a pessoas como Sâmela.
O advogado especializado em direitos do consumidor, Sergio França, destaca que os consumidores com deficiências são considerados altamente vulneráveis de acordo com a legislação vigente. Segundo ele, esses consumidores têm direito ao acesso ao mercado de consumo e à aquisição de produtos e serviços sem qualquer forma de discriminação.
Em relação às empresas que oferecem serviços por meio de aplicativos, França ressalta que é um erro impor requisitos aos clientes, como informar antecipadamente sobre a presença do cão-guia. Ele considera essa prática abusiva e discriminatória, já que as pessoas com deficiência têm o direito garantido por lei de estarem acompanhadas por seus cães-guia.
A Uber emitiu um comunicado afirmando que **não tolera qualquer forma de discriminação durante as viagens realizadas por meio do seu aplicativo**. A empresa reiterou seu compromisso em promover respeito, igualdade e inclusão para todos os usuários.
De acordo com a Uber, os motoristas parceiros devem seguir a legislação que regulamenta o transporte de pessoas com deficiência e são obrigados a acolher cães-guia. A empresa fornece materiais informativos aos motoristas sobre como tratar cada usuário com cortesia e respeito. Além disso, há um guia de acessibilidade disponível para auxiliar os motoristas no estabelecimento de interações positivas e respeitosas com usuários que possuem deficiências.
A Uber enfatiza ainda a importância de relatar incidentes em que os usuários se sintam desrespeitados ou em que os motoristas violem termos legais, para que medidas necessárias possam ser tomadas.
Notícia | Resumo |
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Relatório: Analista com deficiência visual é impedida de usar serviço da Uber devido ao seu cão-guia | Uma analista cega, Sâmela Christo, foi negada a possibilidade de utilizar veículos através de um aplicativo de transporte devido à presença de seu cão-guia. Ela registrou denúncia policial e aguarda investigação. A Uber emitiu comunicado reiterando seu compromisso com a igualdade e inclusão para todos os usuários. |
Com informações do site Folha Vitória.