Há objeto mais misterioso e subversivo que um silencioso livro?
Exposição em destaque na Academia Nacional de Medicina revela o universo literário de Jorge Luis Borges
Um mergulho no cânone ocidental
A exposição organizada por Gilberto Schwartsmann na Academia Nacional de Medicina trouxe à tona as obras do renomado escritor Jorge Luis Borges. A mostra, intitulada “Um Mergulho no Cânone Ocidental”, desafiou o pensamento lógico e prático presente em textos sagrados, códigos legais e científicos, apresentando uma jornada pelos livros fundamentais que compõem a literatura ocidental.
Uma narrativa influenciada pela ousadia
Adentrar essa exposição é se deparar com narrativas influenciadas por elementos considerados ofensivos ou pecaminosos. As obras expostas são um verdadeiro universo de referências, contradições, mentiras, confissões e verdades inverossímeis. Classificadas como “literatura”, essas obras desafiam a consciência em um exercício libertador.
Autores que desafiaram a razão pragmática
Entre os escritores que seguiram a mesma perspectiva de Borges, encontramos nomes como Swift, Twain, Kafka, Poe, Carroll, Hesse e G. Rosa. Eles não se limitavam ao caminho da razão pragmática, mas exploravam a luminosidade arriscada da fantasia. Personagens como Funes, incapaz de esquecer qualquer coisa, e as perspectivas entrelaçadas em intermináveis classificações babilônicas mostram o confronto entre a praticidade e a teoria presente em suas obras.
Um corpo de trabalho enigmático e subversivo
A exposição apresenta um corpo de trabalho que desafia o progressismo com uma sofisticação intelectual paralela. Esses escritores têm a capacidade de desmascarar a hipocrisia nacional enquanto escondem suas verdadeiras intenções. Entre os autores que se destacam nesse sentido estão Kundera, Mann, Hemingway, Maupassant, os irmãos Azevedo, Eça de Queirós e o afiado Machado de Assis.
A magia do silêncio dos livros
Um aspecto enigmático e subversivo dos livros é o seu silêncio. Fechados e mudos como túmulos, eles só revelam seus segredos quando são “desenterrados” por leitores curiosos. Ao abrirmos um livro, somos imersos em suas aventuras, sensibilidades, perversões e dúvidas. É como ressuscitar um cadáver para experimentar no silêncio da escrita uma declaração de loucura ou inteligência avassaladora.
A busca pela compreensão humana
Os livros clamam por nossa ajuda para lidarmos conscientemente com nosso sofrimento perpétuo. Ao lermos um livro, espiamos o mundo através de uma pequena fechadura.
Exposição sobre obras de Jorge Luis Borges |
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A exposição organizada por Gilberto Schwartsmann na Academia Nacional de Medicina teve como foco as obras do escritor Jorge Luis Borges. |
A exposição desafiou o estilo lógico e prático de pensamento dos textos sagrados, códigos legais e científicos. |
A mostra apresentou obras influenciadas por autores como Swift, Twain, Kafka, Poe, Carroll, Hesse e G. Rosa, que exploram a luminosidade arriscada da fantasia. |
A exposição revela confrontos entre praticidade e teoria, progressismo e sofisticação intelectual. |
Autores como Kundera, Mann, Hemingway, Maupassant, os irmãos Azevedo, Eça de Queirós e Machado de Assis são citados como exemplos de escritores que desmascaram a hipocrisia nacional. |
Os livros são descritos como enigmáticos e subversivos, revelando seus segredos apenas para leitores curiosos. |
A leitura de um livro é comparada a ressuscitar um cadáver, experimentando no silêncio da escrita uma declaração de loucura ou inteligência avassaladora. |
Os livros são vistos como uma forma de lidar conscientemente com o sofrimento perpétuo. |
Ao ler um livro, somos convidados a espiar o mundo através de uma pequena fechadura. |
Com informações do site Cultura Estadão.