Portugal enfrenta crise habitacional que afeta principais cidades do país
Um relatório divulgado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) revelou que Portugal está enfrentando uma crise habitacional, especialmente nas principais cidades do país. Nos últimos três anos, o valor médio das habitações aumentou 10% ao ano, enquanto os rendimentos familiares cresceram apenas metade dessa velocidade. Isso resultou em uma diminuição na acessibilidade à habitação.
De acordo com o estudo, entrar no mercado de aluguel ou de compra está mais difícil do que há cinco ou seis anos, mesmo considerando as localizações mais baratas nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Os jovens e os casais que desejam comprar ou alugar uma casa hoje precisam ter sucesso no mercado de trabalho e possuir recursos financeiros para economizar rapidamente ou obter financiamento privado, muitas vezes proveniente da família.
Especialistas recomendam abordagem integrada para solucionar a crise habitacional
Essa crise habitacional não é exclusiva de Portugal, sendo um problema comum em diversos países europeus. Para enfrentá-la, as autoridades têm adotado abordagens voltadas para quatro aspectos principais: limitação da demanda, expansão da oferta pública e privada, subsídios ou uma tributação mais favorável para compra ou aluguel, além do controle do preço dos aluguéis e proteção dos inquilinos.
Diante dessa situação preocupante, especialistas recomendam uma abordagem integrada a curto, médio e longo prazo. É importante adotar políticas governamentais e municipais coerentes, além da colaboração do setor privado por meio de projetos individuais.
Não existe uma solução milagrosa para a crise habitacional em Portugal. É necessário abordar tanto a oferta quanto a demanda. No lado da oferta, deve-se buscar uma expansão efetiva e uma maior elasticidade, além de um planejamento adequado para a expansão urbana. Isso pode incluir o investimento em sistemas de transporte sustentáveis e serviços públicos nas áreas de expansão habitacional.
O relatório destaca a importância da disponibilidade de terrenos privados e públicos para a construção de habitações, garantindo uma densidade adequada e uma construção sustentável. Além disso, propõe-se uma redefinição do quadro regulatório para facilitar o processo de licenciamento e reduzir burocracias.
Outra sugestão apresentada é repensar a tributação relacionada à habitação, como o imposto de renda (IRS), imposto sobre imóveis (IMI) e imposto sobre transações.
Os autores ressaltam que, mesmo com essas medidas, é provável que a situação continue se deteriorando no futuro imediato. Portanto, é essencial focar na expansão efetiva da oferta como parte fundamental da solução para a crise habitacional em Portugal.
Resumo da Notícia |
---|
|
Com informações do site ECO.