Não existe um destino 100% acessível, reconhece a turismóloga Mellina Reis
Mellina Reis, uma jovem graduada em turismo, foi afetada por uma doença degenerativa aos 14 anos, o que resultou em uma perda de visão significativa. Atualmente com 27 anos, ela só consegue enxergar 3% do seu campo visual. No entanto, a chegada de Hilary, seu cão-guia, há nove anos mudou sua vida e lhe deu a coragem necessária para embarcar em aventuras pelo país.
Mellina e Hilary documentam suas viagens através do perfil do Instagram chamado “4 Paws Around the World“. Recentemente, Mellina decidiu fazer sua primeira viagem sozinha para Curitiba, escolhendo o destino devido à sua reputação de acessibilidade. Embora seu orçamento não permitisse viajar para Bonito, Mellina estava determinada a experimentar algo novo e testar sua independência.
Felizmente, a jornada de Mellina foi agradável e tranquila. Ela foi capaz de aproveitar as atividades turísticas e isso a encorajou ainda mais a se aventurar sozinha. Desde então, Mellina tem explorado outros destinos no Brasil e compartilha suas experiências positivas com todo o público.
Mellina destaca que não existe um destino completamente acessível no Brasil atualmente. Porém, entre os lugares que visitou e recomenda estão o Rio de Janeiro, Fortaleza, Belo Horizonte e o Parque dos Sonhos em Socorro. Este último obteve um aumento significativo nos lucros após investir em acessibilidade.
No entanto, Mellina explica que muitas vezes o problema não está apenas na infraestrutura dos locais turísticos, mas também na atitude das pessoas. Mesmo acompanhada de um cão-guia, muitas vezes ela é tratada como se estivesse apenas com um animal de estimação, o que demonstra a falta de conscientização sobre as necessidades das pessoas com deficiência.
Internacionalmente, Mellina menciona o Uruguai como um destino positivo para pessoas com necessidades especiais. No entanto, Saulo Teixeira Damasceno da Versum Turismo reforça que a acessibilidade ainda não é atrativa o suficiente para turistas e que muitos estabelecimentos só se adequam às leis sem pensar no bem-estar do hóspede. Essa falta de prioridade acaba afetando diretamente a experiência dos viajantes com deficiência.
Damasceno reconhece que muitas pessoas deixam de viajar por causa dessas dificuldades e enfatiza que a acessibilidade é um investimento que requer comprometimento por parte dos empreendimentos turísticos. Ele cita alguns destinos internacionais como Estados Unidos, França e Alemanha como exemplos onde a acessibilidade apresentou melhorias significativas.
No Brasil, embora a acessibilidade tenha melhorado pontualmente nos últimos anos, Damasceno destaca que ainda não há uma política pública sólida e que muito depende da vontade individual dos envolvidos. Ele aponta destinos como Gramado, Salvador (com maior acesso na região do Pelourinho) e Rio de Janeiro (principalmente em Copacabana) como locais relativamente acessíveis.
No fim das contas, fica evidente que ainda há muitos desafios a serem superados no que diz respeito à acessibilidade no turismo. Porém, iniciativas como a de Mellina Reis, que compartilha suas experiências e incentiva outras pessoas com deficiência a explorar o mundo, são essenciais para uma maior conscientização e mudanças positivas no setor.
Notícia |
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Mellina Reis, uma jovem graduada em turismo, foi afetada por uma doença degenerativa aos 14 anos, resultando em perda significativa de visão. |
Mellina possui apenas 3% de visão em seu campo visual. |
Hilary, seu cão-guia há nove anos, mudou sua vida e lhe deu coragem para viajar. |
Mellina e Hilary documentam suas viagens no perfil do Instagram “4 Paws Around the World”. |
Mellina fez sua primeira viagem sozinha para Curitiba, escolhendo o destino devido à sua reputação de acessibilidade. |
Mellina tem explorado outros destinos no Brasil e compartilha suas experiências positivas com o público. |
Mellina destaca que não existe um destino completamente acessível no Brasil atualmente. |
Lugares visitados e recomendados por Mellina incluem Rio de Janeiro, Fortaleza, Belo Horizonte e o Parque dos Sonhos em Socorro. |
O Parque dos Sonhos obteve um aumento significativo nos lucros após investir em acessibilidade. |
Mellina ressalta que muitas vezes o problema não está apenas na infraestrutura, mas também na atitude das pessoas. |
Internacionalmente, Mellina destaca o Uruguai como um destino positivo para pessoas com necessidades especiais. |
Acessibilidade ainda não é atrativa o suficiente para turistas, segundo Saulo Teixeira Damasceno da Versum Turismo. |
Estabelecimentos muitas vezes só se adequam às leis sem pensar no bem-estar do hóspede. |
Estados Unidos, França e Alemanha são exemplos de países com melhorias significativas na acessibilidade. |
No Brasil, Gramado, Salvador (região do Pelourinho) e Rio de Janeiro (Copacabana) são locais relativamente acessíveis. |
Ainda há muitos desafios a serem superados na acessibilidade no turismo. |
Iniciativas como a de Mellina Reis são essenciais para conscientização e mudanças positivas no setor. |
Com informações do site O Tempo.