O prédio de São Paulo que é ‘enfeitado’ por maritacas há anos
Um complexo habitacional localizado na rua Aguapeí, no bairro de Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, tem se tornado palco de um espetáculo incomum: a visita diária de caturras argentinas. Essas aves, conhecidas popularmente como “papagaião-macaco”, têm despertado curiosidade e surpreendido especialistas pela quantidade expressiva encontrada nesse ambiente urbano.
Os moradores do complexo acordam todos os dias com o som característico do canto das caturras argentinas. No início, esse barulho incomodava um pouco, mas com o tempo eles se acostumaram e já há dias em que nem percebem mais a presença das aves. Bruno Henrique Pereira Moreno, um professor de educação física que vive há uma década no local, compartilhou sua experiência.
Uma população numerosa coexistindo com humanos
A bióloga Raquel Colombo, especialista em aves urbanas, ficou surpresa ao testemunhar tão grande quantidade de ninhos das caturras argentinas em Tatuapé. Durante seu mestrado, ela estudou parentes dessas aves e chegou a identificar mais de 100 ninhos no Museu Ipiranga e até 400 em Butantã. Porém, nunca havia visto uma população tão numerosa coexistindo com humanos em um ambiente urbano.
Mas afinal, qual é a explicação para essa abundância de caturras argentinas nesse complexo? Embora não haja certeza absoluta, existem algumas hipóteses que podem ajudar a entender esse fenômeno. Fábio Ferrão Videira, presidente do Centro de Estudos Ornitológicos (CEO), sugere que uma possibilidade é a geofagia, ou seja, o consumo de solo pelas aves como forma de equilibrar sua alimentação. Algumas espécies de psitacídeos se reúnem em margens e encostas para comer argila, melhorando sua nutrição mineral e neutralizando toxinas provenientes das plantas que consomem. Embora a parede do prédio ofereça fácil acesso a esse material, não há sinais de danos causados pelos bicos das caturras argentinas.
Outra explicação seria a falta de áreas florestais nas proximidades, fazendo com que as aves tenham escolhido o prédio como local de descanso. Durante esse período, elas também podem afiar suas garras na fachada, o que as ajudaria na caça às presas. Essa situação evidencia a incrível capacidade dessas aves de ocuparem novos espaços disponíveis nas áreas urbanas.
Em resumo, o complexo habitacional no bairro de Tatuapé está sendo visitado diariamente por uma quantidade expressiva de caturras argentinas. A explicação para essa população abundante pode estar relacionada à geofagia e à falta de áreas florestais nas proximidades. Esse fenômeno surpreende especialistas e destaca a capacidade dessas aves de se adaptarem ao ambiente urbano.
áreas florestais nas proximidades. As aves encontram no prédio um local de descanso e também afiam suas garras na fachada. Esse fenômeno surpreende especialistas, pois é incomum encontrar uma população tão numerosa de caturras argentinas em um ambiente urbano. Com informações do site Aventuras na História.