Prêmio chama atenção para desafios enfrentados por mulheres cientistas
A matemática Jacqueline Godoy Mesquita, ganhadora do Prêmio Mulheres na Ciência em 2019, tem se destacado no estudo de equações retardadas que descrevem mudanças em diversos fenômenos. Sua pesquisa abrange desde a gestão de medicamentos até o comportamento de doenças e flutuações nas taxas de câmbio financeiras. O reconhecimento obtido com o prêmio trouxe maior visibilidade para as contribuições das matemáticas brasileiras, muitas vezes negligenciadas.
Este prestigioso prêmio premiou mais de 115 jovens pesquisadoras com bolsas no valor de R$50.000 cada uma. O programa Mulheres na Ciência está aceitando inscrições para sua 18ª edição no Brasil até 17 de julho deste ano, proporcionando oportunidades às cientistas que concluíram seus doutorados a partir de janeiro de 2015. O prazo é estendido em um ano para mulheres com um filho e dois anos adicionais para aquelas com dois ou mais filhos. Além disso, as candidatas devem ter residência estável no país e estar envolvidas em projetos de pesquisa em instituições nacionais.
Jacqueline compartilha que ser mulher na ciência representa enfrentar desafios importantes, especialmente em um campo como a matemática, onde a representação feminina é baixa. Ela destaca o chamado “efeito tesoura”, onde as mulheres são desencorajadas ao longo de suas trajetórias profissionais. Um estudo revelou que a maioria das meninas afirma não conhecer ninguém que trabalhe em áreas relacionadas à Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), e a falta de familiaridade com mulheres que atuam nessas profissões é ainda maior para meninos.
As dificuldades não param por aí. Jacqueline menciona as microagressões diárias enfrentadas pelas mulheres em ambientes predominantemente masculinos. Piadas que podem parecer inofensivas acabam sendo formas de agressão sutil. Além disso, as mulheres são frequentemente interrompidas em reuniões, prejudicando sua participação e contribuição.
É importante ressaltar que Jacqueline está envolvida na Sociedade Brasileira de Matemática, ocupando atualmente o cargo de vice-presidente e assumindo a presidência em agosto deste ano. Será a terceira mulher a ocupar essa posição e também será a mais jovem. Infelizmente, a matemática ainda é dominada por homens no país, conforme apontado por uma pesquisa realizada na Cúpula de Gênero em 2021, que destacou a baixa representatividade feminina nos cargos de liderança em ciência e tecnologia.
Em 2022, outra cientista brasileira foi reconhecida pelo Prêmio Mulheres na Ciência. Gisely Cardoso de Melo, uma farmacêutica pesquisadora da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, no Amazonas, ganhou na categoria Ciências da Vida. Seu projeto investiga as causas da recorrência da malária e busca oferecer soluções para a população na região amazônica.
É inegável que o prêmio tem um papel fundamental na divulgação do trabalho dessas pesquisadoras, no reconhecimento de seus esforços e na projeção de suas pesquisas. Além disso, ele fornece o suporte necessário para a continuidade de seus trabalhos e demonstra a importância das mulheres na ciência brasileira.
A atual edição do Prêmio Mulheres na Ciência promete ser mais uma oportunidade para destacar e valorizar o papel das mulheres nas áreas científicas, incentivando jovens pesquisadoras a perseguirem seus sonhos e superarem os desafios impostos pelo ambiente acadêmico.
Prêmio Mulheres na Ciência | ||
---|---|---|
– Jacqueline Godoy Mesquita ganhou o prêmio em 2019 | ||
– Estudo de equações retardadas em diversos fenômenos | ||
– Pesquisa abrange gestão de medicamentos, comportamento de doenças e flutuações nas taxas de câmbio financeiras | ||
– Prêmio premiou mais de 115 jovens pesquisadoras com bolsas de R$50.000 cada | ||
– Inscrições para a 18ª edição até 17 de julho de 2022 | ||
– Mulheres com filhos têm prazos estendidos | ||
– Jacqueline enfrenta desafios como mulher na ciência | ||
– Microagressões diárias e falta de representatividade feminina | ||
– Jacqueline será a terceira mulher a presidir a Sociedade Brasileira de Matemática | ||
– Gisely Cardoso de Melo ganhou o prêmio em 2022 na categoria Ciências da Vida | ||
– Projeto de Gisely visa entender a recorrência da malária na região amazônica | ||
– Prêmio valoriza o trabalho das pesquisadoras e fornece suporte para suas pesquisas | ||
– Atual edição do prêmio incentiva jovens pesquisadoras a perseguirem seus sonhos |
Com informações do site JM Online.