No bairro Marechal Rondon, psicoterapeuta cego inspira pacientes e colegas
No bairro Marechal Rondon, em Canoas, o psicoterapeuta Raí Correia Cabeleira exerce sua profissão com uma perspectiva única. Ele enfrenta o mundo com uma visão diferenciada devido a sua deficiência visual. Aos 30 anos, ele se tornou uma inspiração para seus pacientes e colegas no Espaço Criar, um centro de atendimento psicológico.
Como ele se tornou psicólogo sendo cego? Essa é uma pergunta frequente feita por seus pacientes. Alguns também gostam de saber como ele lida com as tarefas diárias sem visão. Raí responde pacientemente essas dúvidas, mas em alguns momentos prefere focar nas sessões.
A vida não foi fácil para Raí. Ele perdeu a visão completamente aos 12 anos devido ao glaucoma, o que o levou a enfrentar dificuldades e um longo processo de aceitação da deficiência. Naquela época, a inclusão não era tão amplamente discutida como hoje, e lidar com sua situação foi um desafio significativo.
Quando Raí se mudou para a Região Metropolitana de Porto Alegre, ele teve acesso a oportunidades que o ajudaram a crescer e aprender. Foi nesse período que ele concluiu o ensino médio e desenvolveu um amor pela educação, graças aos professores que o acolheram e guiaram.
Com suas habilidades em braille e informática, Raí percebeu que podia ir além do ensino médio. Estudar psicologia parecia ser uma escolha óbvia para ele, já que teve uma experiência positiva com terapeutas e educadores ao longo da vida. No entanto, nem todos acreditavam em seu potencial, duvidando de sua capacidade de concluir o curso. Ele provou que estavam errados.
A vida universitária também foi um desafio para Raí. A acessibilidade na época era quase inexistente e ele encontrou dificuldades para conseguir apoio dos professores. No entanto, ao mudar para a PUC em Porto Alegre, encontrou um ambiente mais inclusivo e recebeu o suporte necessário para se formar em 2019.
Ingressar no mercado de trabalho não foi fácil para Raí. No Espaço Criar, ele atende pacientes com e sem deficiências, garantindo um tratamento igualitário para todos. Ele acredita que muitas pessoas simplesmente querem ser ouvidas, mas nem sempre têm essa oportunidade na sociedade agitada de hoje. Ele se orgulha de poder oferecer esse espaço seguro.
Em suma, Raí Correia Cabeleira é um exemplo inspirador de superação e perseverança. Ele demonstra como é possível alcançar seus sonhos mesmo diante das adversidades. Sua jornada na psicologia mostra que a deficiência não define os limites de uma pessoa.
Resumo da Notícia |
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No bairro Marechal Rondon, em Canoas, o psicoterapeuta Raí Correia Cabeleira exerce sua profissão com uma perspectiva única. Ele enfrenta o mundo com uma visão diferenciada devido a sua deficiência visual. |
Aos 30 anos, ele se tornou uma inspiração para seus pacientes e colegas no Espaço Criar, um centro de atendimento psicológico. |
Perdeu a visão completamente aos 12 anos devido ao glaucoma, o que o levou a enfrentar dificuldades e um longo processo de aceitação da deficiência. |
Estudou psicologia e se formou em 2019, provando que era capaz de concluir o curso. |
No Espaço Criar, atende pacientes com e sem deficiências, garantindo um tratamento igualitário para todos. |
Raí Correia Cabeleira é um exemplo inspirador de superação e perseverança, mostrando que a deficiência não define os limites de uma pessoa. |
Com informações do site Jornal NH.