Rússia justifica guerra na Ucrânia em livros escolares
Relatório: Livros de História Desafiam Limites entre Educação e Propaganda
Recentes lançamentos de livros de história na Rússia têm gerado polêmica ao desafiar os limites entre educação e propaganda. Os textos, que abrangem as décadas de 1970 a 2000 e agora incluem um capítulo sobre o período de 2014 até a atualidade, são resultado de uma colaboração entre renomados autores russos.
Os novos livros serão distribuídos nas escolas russas no início do ano letivo em setembro. O termo utilizado pelo Kremlin para descrever o conflito é “missão militar especial”, referindo-se à guerra travada contra a Ucrânia.
Justificativas controversas
Um dos principais objetivos desses livros é apresentar o conflito como uma saída para a civilização. Os autores argumentam que as potências ocidentais têm como objetivo desestabilizar a Rússia por meio da obsessão em enfraquecê-la. Para isso, eles justificam a anexação de parte do território ucraniano em 2014 e criticam a suposta resposta da Rússia com uma invasão em larga escala em 2022.
Além disso, os capítulos também detalham eventos históricos anteriores, como a dissolução da Iugoslávia na década de 1990 e a guerra na Geórgia em 2008, atribuindo-os como ensaios ocidentais para desmembrar a Rússia. Mencionam também o surgimento do nazismo nos países bálticos e na Ucrânia, abordando-os como violência perpetrada por minorias agressivas contra a maioria.
Repercussões e críticas
Críticos apontam que esses novos livros podem estar promovendo uma visão parcial dos eventos históricos. No entanto, é importante analisar diferentes perspectivas e problematizar tal conteúdo dentro do cenário educacional, buscando um ensino mais completo e imparcial sobre conflitos históricos relevantes.
A partir de 1º de setembro, todas as escolas russas terão livros de história padronizados para estudantes do 10º ao 11º ano, abrangendo adolescentes com idades entre 15 e 17 anos. No próximo ano, esses mesmos autores desenvolverão novos livros para os anos 5 a 9, destinados às idades de 10 a 15 anos.
Espera-se que haja debates acalorados sobre essa abordagem controversa, levando em consideração as implicações políticas e sociais de tais narrativas históricas. É fundamental que a educação se mantenha como um espaço de pluralidade de ideias, permitindo uma compreensão mais ampla das questões históricas importantes.
Notícia | Resumo |
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Título | Relatório: Livros de História Desafiam Limites entre Educação e Propaganda |
Autores | Renomados autores russos |
Lançamento | Previsto para o início do ano letivo em setembro |
Objetivo | Apresentar o conflito com a Ucrânia como uma saída para a civilização e criticar as potências ocidentais |
Conteúdo | Capítulos sobre eventos históricos anteriores, como a dissolução da Iugoslávia e a guerra na Geórgia, atribuindo-os como ensaios ocidentais para desmembrar a Rússia |
Estilo | Apelo emocional com tom propagandístico |
Público-alvo | Estudantes do 10º ao 11º ano (15 a 17 anos) |
Debates | Espera-se debates acalorados sobre a abordagem controversa e implicações políticas e sociais |
Com informações do site O POVO.