No cenário atual de streaming, plataformas enfrentam desafios extraordinários
No cenário atual de serviços de streaming, os desafios enfrentados por essas plataformas são extraordinários. Com o surgimento da Netflix no início dos anos 2000, a forma tradicional de assistir programação de TV foi rapidamente substituída. Os consumidores passaram a ter acesso a entretenimento sob demanda a qualquer momento e por uma taxa mensal acessível.
No entanto, esse domínio da Netflix durou até 2015, quando diversas novas empresas adentraram o mercado, mudando completamente a relação entre custo e benefício.
Desde então, uma guerra comercial entre as plataformas emergiu, resultando em uma enxurrada de conteúdo disponível. Essas empresas competem para expandir seus catálogos através de acordos complicados de direitos autorais e problemas legais. Infelizmente, essa competição levou a um aumento na quantidade de produções lançadas, mas muitas vezes em detrimento da qualidade.
Além disso, muitos indivíduos já haviam se desfeito de seus DVDs e fitas VHS acreditando que tudo estaria presente na nuvem futuramente. Para piorar ainda mais a situação das locadoras físicas, elas foram substituídas por estabelecimentos muito diferentes, como farmácias.
Locadora Storm: uma viagem ao passado do cinema
José Carlos Alves Menezes é o proprietário do Storm, localizado no Rio de Janeiro. Ele relata que suas últimas videolocadoras famosas têm sido alvo de críticas por parte dos consumidores que acabam passando mais tempo procurando algo para assistir do que realmente assistindo antes de dormir. José Carlos assumiu o negócio familiar em 1992 e aproveitou o declínio das locadoras concorrentes para expandir seu acervo de DVDs, comprando o inventário de diversas lojas que fecharam.
Atualmente, o Storm possui uma coleção notável, com clássicos do cinema, filmes cult e obras de diretores renomados. As prateleiras estão repletas de mais de 25.000 DVDs cuidadosamente organizados por diretor e gênero. Essa vasta coleção inclui filmes de cineastas como Ingmar Bergman, Pier Paolo Pasolini, Serguei Eisenstein e Luis Buñuel, além de produções provenientes de países como Irã, Uruguai e Vietnã. Esses títulos são difíceis de serem encontrados nas plataformas de streaming.
A clientela atual da locadora é composta principalmente por pessoas mais velhas, estudantes de cinema e cinéfilos apaixonados. O aluguel de um filme custa R$ 7 (1,30 dólares) e os clientes têm uma semana para devolvê-lo.
Enquanto no auge do negócio o Storm costumava alugar cerca de quatro mil filmes por mês, atualmente esse número está em torno de 400. José Carlos compartilha que existe uma demanda curiosa por clássicos do cinema noir de terror, sendo que seu estoque principal consiste em filmes estrelados por Van Damme e Steven Seagal – dois nomes que perderam completamente o interesse do público.
Para garantir a sobrevivência do negócio, José Carlos decidiu diversificar suas atividades transformando metade da locadora em uma livraria especializada em livros usados. No entanto, ele destaca que uma parte significativa da receita ainda vem do aluguel e venda de DVDs. Ainda assim, ele ressalta que a receita é quase sempre suficiente para sustentar o negócio.
Desafios enfrentados pelas plataformas de streaming | ||
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Data da notícia: | 10 de setembro de 2021 | |
Principais fatos: |
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Proprietário do Storm: | José Carlos Alves Menezes | |
Localização: | Rio de Janeiro, Brasil | |
Acervo do Storm: | Mais de 25.000 DVDs organizados por diretor e gênero | |
Clientes do Storm: | Pessoas mais velhas, estudantes de cinema e cinéfilos apaixonados | |
Preço do aluguel: | R$ 7 (1,30 dólares) | |
Número de filmes alugados por mês: | 400 (no auge, eram quatro mil) | |
Diversificação do negócio: | Metade da locadora se tornou uma livraria especializada em livros usados | |
Receita do Storm: | Ainda suficiente para sustentar o negócio |
Com informações do site Rio Já.