Zé do Caixão retorna em A Praga: Uma obra perdida ressurge com impacto singular

A última praga de Zé do Caixão estreia nos cinemas

A Maldição, o tão aguardado filme póstumo do icônico diretor e ator José Mojica Marins, também conhecido como Zé do Caixão, é uma obra que pode ser considerada um triunfo de profissionalismo e esforço na restauração de algo que já era considerado perdido. Produzido e editado por Eugenio Puppo, o filme é baseado em uma história em quadrinhos criada por Rubens Francisco Lucchetti.

Originalmente concebido como um episódio para o programa de televisão Além, muito além do além, A Maldição conta com Zé do Caixão como narrador e tem como protagonistas Juvenal e Marina, interpretados por Felipe Von Rhein e Silvia Gless. A estética do filme segue a linha de Ivan Cardoso, com o uso de elementos assustadores como carne crua, imagens projetadas e uma representação rudimentar da violência doméstica.

A história é impulsionada pela conexão entre uma idosa doente e a perda repentina de sua imagem através de fotografias invasivas tiradas por Juvenal. É a partir desse momento que surge a maldição pronunciada pelo grotesco personagem interpretado pela veterana Wanda Kosmo. A atuação física de Kosmo é impressionante e contribui para criar um ambiente inquietante no filme.

Além disso,

A Maldição

tem uma particularidade interessante: todo o material original dos anos 60 havia sido perdido em um incêndio. No entanto, Mojica refilmou tudo novamente em 1980, tornando-se também material considerado perdido. Agora, essa versão restaurada e inédita chega aos cinemas, proporcionando ao público a oportunidade de finalmente assistir a essa obra tão aguardada.

Além do próprio filme, os espectadores ainda têm o privilégio de assistir ao curta-metragem A Última Maldição de Mojica, um documentário coletivo que explora detalhes dos filmes de terror do aclamado diretor. Vale ressaltar que este curta-metragem foi finalista do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.

Outro aspecto surpreendente da produção é sua inclusão: um membro da equipe com deficiência auditiva foi capaz de decifrar parte do roteiro através da leitura labial dos atores, uma vez que o áudio original estava danificado. Isso permitiu que um público mais amplo tivesse acesso à obra prima cinematográfica.

Em suma, A Maldição é uma pérola cinematográfica restaurada e inédita, que resgata não apenas a genialidade de José Mojica Marins, mas também reforça seu legado como um mestre do suspense e terror. Com sua estética inquietante e impactante, o filme certamente conquistará a admiração dos fãs e críticos, tornando-se um marco na história do cinema brasileiro.

Com informações do site Correio Braziliense.